O ex-jogador da seleção brasileira, Daniel Alves, foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro, após agredir e abusar sexualmente de uma mulher no banheiro da boate Sutton, em Barcelona, no ano de 2022. O tribunal anunciou a sentença nesta quinta-feira (22), após duas semanas do término do julgamento.
A decisão surpreendeu ao reduzir a pena do ex-jogador, que estava longe dos 9 anos solicitados pela Promotoria espanhola e dos 12 anos pedidos pela vítima. O tribunal aplicou uma circunstância atenuante, considerando que a defesa depositou 150 mil euros antes do julgamento na conta do tribunal, expressando uma “vontade reparadora”. Isso resultou na redução da pena, permitindo a possibilidade de liberdade condicional após cumprir um quarto da sentença.
A sentença, de 61 páginas, descreve detalhadamente o ocorrido, onde Alves teria agredido a vítima, imobilizado-a e cometido a penetração sem consentimento, configurando agressão sexual. A juíza ressaltou que não é necessário haver lesões físicas para caracterizar o crime e destacou a presença de lesões na vítima como evidência de violência.
Além da pena de prisão, Daniel Alves terá que pagar uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil) para a vítima, ficar sob liberdade supervisionada por cinco anos após cumprir a pena, e manter distância da mulher por nove anos. Ele também receberá uma multa de 9 mil euros por um delito leve de lesão corporal.
A defesa de Alves anunciou que irá recorrer da decisão, reiterando a crença na inocência do ex-jogador. A acusação, por sua vez, comemorou a condenação, mas ressaltou a necessidade de verificar se houve danos não reparados.
O julgamento, que durou três dias, teve momentos intensos, incluindo o depoimento emocional de Alves, que chorou e negou a agressão sexual, alegando que a relação foi consensual. Desde o início do processo, o ex-jogador apresentou diferentes versões dos eventos, culminando com a alegação de embriaguez durante o julgamento.
A decisão ainda pode ser objeto de apelação em duas instâncias, no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha e no Supremo Tribunal da Espanha, enquanto Daniel Alves permanece preso durante o processo de recurso.
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