O julgamento do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes chegou ao fim com a condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, ex-policiais militares que confessaram o crime. As condenações, anunciadas pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, somam décadas de reclusão para ambos: Ronnie Lessa foi sentenciado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio de Queiroz recebeu uma pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. A sentença também exige que ambos paguem uma pensão ao filho de Anderson, Arthur, até ele completar 24 anos, além de uma indenização de R$ 706 mil para cada um dos familiares das vítimas.
A juíza responsável pelo caso destacou que, apesar de lenta, a Justiça chega a todos que acreditam estar fora de seu alcance. A magistrada ressaltou as dificuldades enfrentadas pelas famílias de Marielle e Anderson, que, desde 2018, buscavam respostas e justiça pelo crime brutal que chocou o Brasil e o mundo.
O julgamento durou mais de 20 horas, encerrando um processo longo e conturbado que se desenrolou ao longo de seis anos. Desde o assassinato em 2018, o caso envolveu investigações complexas e enfrentou reviravoltas, incluindo a colaboração premiada dos acusados, que confessaram participação no crime no ano passado. Além disso, o julgamento foi um momento de reflexão sobre o papel dos jurados, que, em nome do povo, decidiram pelo fim da liberdade dos réus.
O Caso Marielle Franco
A vereadora Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018, em uma emboscada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Ela voltava de um evento na Lapa, onde discursara sobre os direitos das mulheres negras, quando o carro em que estava foi alvo de 13 disparos. A morte também atingiu seu motorista, Anderson Gomes, enquanto a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, conseguiu sobreviver, embora ferida. A brutalidade do crime e o fato de se tratar de uma vereadora eleita geraram repercussão internacional e levantaram questões sobre a segurança de representantes políticos e a defesa da democracia no Brasil.
Ao longo dos anos, as investigações levaram à prisão de Lessa e Queiroz, mas as investigações continuaram em busca dos mandantes. Em 2024, outros suspeitos foram detidos, incluindo autoridades como o ex-delegado Rivaldo Barbosa e os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, supostamente envolvidos no planejamento do crime. Esse desdobramento está agora nas mãos do Supremo Tribunal Federal.
Para as famílias das vítimas, a sentença representa um alívio e um passo à frente, ainda que a dor permaneça. A Justiça, segundo as palavras da juíza, não pode trazer Marielle e Anderson de volta, mas a sentença imposta aos assassinos simboliza uma resposta à sociedade e uma mensagem clara para aqueles que acreditam estar acima da lei.
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