Três suspeitos foram detidos pela Polícia Federal no domingo (24), acusados de envolvimento na encomenda da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Entre os detidos estão Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
A Operação Murder Inc., conduzida pela Polícia Federal, visa investigar os assassinatos e a tentativa de homicídio mencionados. A ação resultou em 12 mandados de busca e apreensão, emitidos pelo Supremo Tribunal Federal, todos na cidade do Rio de Janeiro. A Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro colaboram na operação.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e a Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, também estão envolvidas na operação. O foco principal são os autores intelectuais dos crimes, além da apuração de delitos como organização criminosa e obstrução de justiça.
Os presos foram conduzidos para a sede da Polícia Federal no Rio e devem ser transferidos para a Penitenciária Federal de Brasília. Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), Chiquinho Brazão é deputado federal, e Rivaldo Barbosa é coordenador de Comunicações e Operações Policiais da instituição. Todos os acusados negam envolvimento nos crimes.
Além das prisões, foram expedidos mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado. O delegado Giniton Lages e Marcos Antônio de Barros Pinto, ambos da Polícia Civil do Rio, foram afastados de suas funções e estão sujeitos ao uso de tornozeleira eletrônica.
As investigações ainda buscam determinar a motivação por trás dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Informações indicam que o motivo está relacionado à expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro. A prisão dos suspeitos ocorreu após o STF homologar a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que indicou os mandantes e a motivação do crime.
As reações à operação foram diversas. Monica Benicio, viúva de Marielle, expressou surpresa com o envolvimento de Rivaldo Barbosa. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, destacou o passo importante rumo à justiça. Marinete da Silva, mãe de Marielle, afirmou que o domingo foi de dor, mas também de busca por justiça.
As detenções realizadas pela Polícia Federal representam um avanço significativo nas investigações sobre um dos crimes mais chocantes e emblemáticos da história recente do Brasil. O desdobramento da Operação Murder Inc. traz esperança para familiares e amigos de Marielle Franco e Anderson Gomes, que há anos clamavam por respostas e por justiça.
No entanto, mesmo com essas prisões e os desdobramentos das investigações, ainda há muitos pontos a serem esclarecidos. A motivação exata por trás dos assassinatos, bem como a extensão do envolvimento dos acusados, precisam ser minuciosamente investigados para que a verdade seja plenamente revelada e os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.
Enquanto isso, a sociedade brasileira aguarda ansiosamente por mais avanços nas investigações e por uma resposta definitiva sobre quem ordenou e executou esses atos de violência. A prisão dos suspeitos representa um passo importante, mas apenas o início de um longo caminho rumo à justiça plena e ao fim da impunidade.
Neste domingo de revelações, a esperança se renova, mas também se exige vigilância e determinação para garantir que casos como este não se repitam e que as vítimas não sejam esquecidas. A busca pela verdade e pela justiça deve ser incansável, em memória de Marielle Franco, Anderson Gomes e de todas as vítimas da violência e da impunidade em nosso país.
Saiba quem são os suspeitos presos?
Os nomes dos três suspeitos presos neste domingo (24) como mandantes do atentado contra Marielle Franco, que resultou também na morte do motorista Anderson Gomes em março de 2018, são Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. A prisão preventiva dos três ocorreu no Rio de Janeiro durante a Operação Murder, Inc., coordenada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Federal (PF).
Essa ação teve como base informações da delação de Ronnie Lessa, executor do crime que tirou a vida de Marielle Franco. Segundo Lessa, os três detidos teriam sido os mandantes do atentado. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Domingos Brazão, pertencente a uma influente família política do Rio de Janeiro, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e ex-deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele foi afastado do cargo após sua prisão em 2017 na Operação Quinto do Ouro, relacionada à Lava Jato, sob acusação de corrupção.
Seu irmão, Chiquinho Brazão, é deputado federal pelo União Brasil e já foi empresário e comerciante. O delegado Rivaldo Barbosa ocupava o cargo de chefe da Polícia Civil à época do atentado contra Marielle Franco e atualmente é coordenador de Comunicações e Operações Policiais da instituição.
Os três foram conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A operação também incluiu 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado. Documentos, celulares e computadores dos presos foram recolhidos para análise.
As investigações indicam que o assassinato de Marielle está ligado à expansão das milícias no Rio de Janeiro. Domingos Brazão afirmou em entrevista ao UOL, em janeiro deste ano, que não conhecia e não se recordava da vereadora Marielle Franco. Já Chiquinho Brazão divulgou uma nota em março, após a acusação de ser o mandante vazar na imprensa, afirmando estar “surpreendido pelas especulações” e que seu convívio com Marielle sempre foi “amistoso e cordial”.
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